2013 Reading Challenge

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Suz has read 1 book toward her goal of 5 books.
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segunda-feira, junho 02, 2008

'Words can't say what a love can do'

fonte: Suz




Este post serve para muitas coisas. Provavelmente será o post mais aleatório que este aleatório blogue já viu!
Primeiro, há que engolir o sapão deste triste comentário, a prova provada que nunca se deve dizer nunca. Gulp!

Pois que me estreei no Rock in Rio, culpa absoluta dos Bon Jovi, banda ícone da minha adolescência, presente no meu primeiro concerto de estádio a 15 de Junho de 1995 (que grande ano este!).

Conheci Bon Jovi através da minha melhor amiga da infância, a Carla, com quem infelizmente perdi contacto, coisas da vida. Ainda me lembro das primeiras canções da banda que ela tão apaixonadamente me apresentou, e que faço questão de indicar como as minhas favoritas: "I'll be there for you" e "Never say goodbye".


Nada me fazia prever que ia demorar tanto tempo a rever Bon Jovi ao vivo. O concerto em 1995 foi o terceiro da banda em Portugal, e tudo apontava que nos visitassem com a cadência de 2 em 2 ou de 3 em 3 anos, sempre que houvesse uma tour pela Europa portanto.

Mas os anos passaram e nada. Os álbuns sucediam-se, as tournés pela Europa também, e Lisboa teimava ficar fora do roteiro. Pelos meandros desse tempo, deixei de ouvir Bon Jovi, evolução natural dos tempos, dos gostos, das vontades. Mas impossível renegar que aquelas canções fazem parte de mim, contribuíram para o making of da manta de retalhos que sou.

Quando no final do ano passado, os próprios Bon Jovi anunciaram num vídeo de promoção da tour pela Europa que viriam a Lisboa, não houve qualquer dúvida: eu vou ver o concerto! Seja onde for, com quem for. Não posso negar este revival de uma das melhores épocas da minha vida!


E adivinhar que o palco escolhido seria o do Rock in Rio?.. :)


Bem, passado o choque inicial (Eia! Nem acredito que "Eu vou!" este ano!), eis que uma das minhas amigas do mais velha guarda possível me diz que também vai. Compunha-se assim o cenário perfeito para este concerto :)




fonte: Suz

Chega o 31 de Maio de 2008.

Por opção, não ouvi nenhuma das canções dos Bon Jovi antes do dia do concerto. Queria retomar onde tinha ficado, talvez pelo ano 2000, data do álbum Crush, o último que adquiri.

Entre o gang que me acompanhou ao Parque da Bela Vista, reinava acima de tudo uma imensa vontade de viver um bom concerto, e reviver aquelas canções que no passado ouvimos até à exaustão, associadas a bons ou menos bons momentos.




fonte: Suz



Antes do concerto, deambulámos pelo recinto, que me deixou uma boa impressão em termos de organização. E veio à memória os tempos da Feira Popular, até um Comboio Fantasma lá havia!

Ouvimos Skank, presenciámos Alanis Morissette, aborrecemo-nos com Alejandro Sanz. Distraímo-nos antes do concerto mais aguardado, o que nos custou um lugar melhorzinho para ver Bon Jovi (se é que tal era possível dentro do mar de gente composto por 75 mil alminhas!).

Acabámos por ver o concerto a pares em locais diferentes, resultado da minha corrida desenfreada pelo recinto sem olhar para trás, enquanto as 3 primeiras músicas entravam de rajada nos nossos ouvidos.

Mais tarde cheguei à conclusão que Bon Jovi estava em toda a parte, e a música envolveu-nos de tal maneira que o spot era indiferente.




fonte: Suz


Demorei a regressar ao passado.
Houve uma fase inicial em que tinha a mente tão cheia de coisas, preocupações, que não me deixava aperceber onde estava, e impedia que me entregasse ao momento.

O click foi curiosamente a "Runaway", o primeiro de todos os êxitos, que a banda faz questão de nunca deixar cair do alinhamento, em jeito de homenagem a si próprios.

Não consigo descrever em palavras a minha entrega a este concerto. Foi uma misturada de mim, momentos, histórias, passado e presente de mãos dadas através de letras, sons, arranjos, danças, e muita cantoria.

Já não estava a regressar ao passado, estava a viver o presente ao som do passado. Eh pá, eu sabia lá o que estava a sentir! Nunca a nostalgia me pareceu tão alegre, capaz de me encher o coração.

No meio do delírio, "In these arms". O meu personal click, aquela canção que me fez assumir que gostava de Bon Jovi, e que foi o meu começo de tudo, naquele ano de 1993. É uma canção exigente, que pôs a descoberto que a voz de Jon Bon Jovi já não tem a pujança dos velhos tempos, mas ainda preenche os parâmetros da qualidade exigida.
"Always", e tal como em Alvalade, o público ensurdece-se a si próprio! Vem-me à memória o videoclip desta música, e a estória que na altura encaixava tão bem nele ;)

"Keep the faith" sempre foi uma canção que admirei, pela mensagem, pelo ritmo que impõe, e não resisti em relembrar isso a uma amiga a quem penso que aquelas palavras possam fazer algum sentido.

Surpresa da noite! Jon Bon Jovi passa o microfone a Ritchie Sambora, não para que este possa cantar o seu single a solo "Stranger in this town", mas sim a imponente "I'll be there for you".
Ultrapassada a desconfiança inicial em relação a este vocalista emprestado, a canção impõe-se por si só, e foi um dos melhores momentos da noite.

"Is there a doctor in the house??", grita Jon Bon Jovi. Flashback de Alvalade '95!
Na altura não existia a série Dr. House para a piadinha da praxe :)
"Bad Medicine" continua a ser um colosso ao vivo, capaz de ser tocada em loop sem que o público se canse.

Quando chegou a vez da "Livin' on a Prayer" (que não poderia faltar, visto ser dedicada a esta minha amiga), já a voz me doía mas não conseguia parar de cantar aquelas canções que sabia de cor e salteado aos meus 14 anos, e que pelo que descobri, ainda as sei.
O fogo de artifício anunciava que o fim do concerto estava próximo, mas um encore impunha-se pelas canções que ainda faltavam (e ainda bem que alguém lançou um foguete por mim!).

"Someday I'll Be Saturday Night" e "Wanted Dead or Alive" foram as contempladas, justíssima escolha sem dúvida, mas e a nossa?
Cada país tem a sua música favorita, e a de Portugal é a "Bed of Roses". Mas compreende-se porque não houve timing para ela; era um festival, o tempo está cronometrado ao minuto, e uma balada morre sempre um bocadinho neste contexto.

E nem vamos falar na "Never say goodbye". Perfeita para finalizar um concerto de Bon Jovi, nos dias que correm iria partir algumas coisas dentro de mim, e já chega.

Foi melhor assim. Foi quase perfeito, assumindo que a perfeição não existe.
Foi estrondoso.
Não vou voltar a ouvir Bon Jovi, nem as músicas actuais, nem as glórias do passado, não é preciso. O que recordo me basta.
Da intenção de ser apenas um gig-revival dos tempos idos, ficou a certeza que irei ver Bon Jovi ao vivo enquanto eles quiserem cá aparecer.


Enquanto as minhas amigas trocavam impressões, eu estava num mundo à parte. Com o dedilhar introdutório da "Runaway" na minha cabeça, e pedaços aleatórios de letras das várias canções a passarem em rodapé, podia dizer que estava a viver um momento feliz.

A caminho do carro ainda cantei à capella estas palavras:

"Hey man I'm alive
I'm takin' each day and night at a time
Yeah I'm down, but I know I'll get by
Hey hey hey hey, man I gotta live my life
Like I ain't got nothin' but this roll of the dice
I'm feelin' like a Monday, but someday I'll be Saturday night"

Curioso.

Fartei-me de escrever e fica a sensação que não consegui exprimir muito.
Acho que a frase que pode resumir tudo, não só Bon Jovi, mas o tudo que tem sido, aleatório em simultâneo, é a que dá título a este post.



Nota de rodapé: para uma descrição mais sóbria do evento, embora inevitavelmente efusiva porque o concerto não permitiu que se escrevesse outra coisa, sugiro este e este texto.

2 comentários:

Panuci disse...

Suz quando me perguntaste qual a minha música favorita, n hesitei em pensar "In These Arms", mas nunca pensei que eles a fossem tocar. Quando soube, fiquei roxa. Enfim, fica para a próxima! Espero n ter que esperar mais 13 ou 14 anos... :)Tive a sorte de ouvir o "Livin' on a Prayer", "Bad Medicine" e "Saturday Night..."!!!

Suz disse...

Amiga Panuci, ninguém estava à espera da "In these arms"!

Principalmente por a "Bed of Roses" ter sido preterida (creio que ambos os singles foram lançados em sequência).

Quando ouvi os primeiros acordes, acho que disse "Ai meu Deus!" 4 vezes seguidas :D

Olha que a "Bad Medicine" encheu as medidas (e os ouvidos!) ao pessoal, foi bem bom :)

Ai deles que demorem tanto tempo a voltar!

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