É Woody Allen mas nem parece. Mas ao mesmo tempo é.
Está lá a racionalização absurda das partículas sentimentais como só ele é capaz de transpor para o cinema. Mas também está uma leveza difícil de encontrar nos seus anteriores trabalhos.
Gosto dos filmes em que é dado um destaque de personagem à cidade que serve de cenário, à semelhança do Before Sunrise.
Barcelona, com os seus ex-libris e recantos que só um apaixonado pela cidade consegue situar, é um trunfo para o sucesso do filme.
Os filmes de Woody Allen primam por serem filmes de actores. Vicky Cristina Barcelona não é excepção.
Scarlett Johansson falha a nomeação para o Óscar, não por fraco desempenho, mas talvez pela personagem pãozinho sem sal que lhe foi atribuída. Gostei também da elegância que Rebecca Hall conferiu à sua Vicky. Engraçado, ambas já tinham trabalhado juntas num outro filme, bastante bom: The Prestige.
Javier Bardem está muito bem no seu papel de canastrão espanhol, revelando artes para papéis mais light e com traços de comédia, bem diferentes dos que compõem a sua carreira.
Mas é a Penélope Cruz que calhou a sorte grande. É um papel arrojado, que ela agarra com unhas e dentes, e o resultado é uma Maria Elena explosiva, opulenta, capaz de rasgar a tela com a sua loucura.
Bem merecida a nomeação, e o Óscar é capaz de não ficar mal em cima da lareira.
4 comentários:
Bela crítica! Só falta o número de estrelas (sim, já deu para ver que não é um "a evitar")
grande filme....e mais penso que devemos começar a pensar que a sociedade está a aceitar muita coisa que não aceitava antes, :)
aiiiii as minhas duas preferias no mesmo filme, tá muito bommm
ainda me lembro que o Pardal disse isto : "tu vais escrever a bio do Woody Allen, és igual ao tipo" (não e beleza loool mas sim de loucura, penso eu) .. foi algo assim do género
Lá por este filme existir, não quer dizer que a sociedade aceite mais coisas que antes, Javier :)
E escreveste a bio?
Pois é! o Javier é igual ao Woody Alen, só que ligeiramente mais baixo!
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