When in doubt..

fonte: Outnow

When in doubt, don't.
Benjamin Franklin

When in doubt, do it.

Oliver Wendell Holmes

Não diria que Doubt (A Dúvida) seria um filme na sua plenitude. Considero-o mais um ensaio que filme. Com pouco mais que hora e meia de duração e totalmente dedicado às suas personagens e argumento, resulta num cadinho de excelentes interpretações por parte de actores, perdão, monstros sagrados do cinema.

A história passa-se no bairro de Bronx em 1964. Numa escola católica, o padre Flynn entra em confronto com a irmã Aloysius Beauvier, que é directora colégio. Quando a ingénua irmã James conta à irmã Aloysius que o padre Flynn presta demasiada atenção a um dos rapazes, a directora acredita ter encontrado o que precisava para desmascarar e afastar o sacerdote. A irmã Aloysius não tem nenhuma prova, mas a dúvida instala-se.

Que mais dizer de Meryl Streep? Uma verdadeira cativa na categoria de Melhor Actriz, nomeada sempre que possível, seja por fazer um papelão ou simplesmente por pestanejar. De Mamma Mia a madre superiora de um colégio austero, esta mulher consegue fazer tudo aquilo que lhe pedem e ainda mais qualquer coisinha, com uma leveza que só uma diva consegue alcançar.

Philip Seymour Hoffman, como já li algures, um verdadeiro actor de composição, parece mesmo um padre! Não deixa detalhes ao acaso, e entrega-se a todas as cenas com a máxima dedicação. Já em Capote foi assim, e pelos vistos é para continuar. Tem tudo o que é preciso para se tornar num dos melhores actores de todos os tempos.

A jovem Amy Adams no papel da inocente irmã James acaba por representar a balança que sustenta as duas verdades. Provoca a dúvida mas não se entrega a ela. Acaba por tomar partido do padre Flynn, mas justifica as certezas da madre.

A mãe do rapaz, representada por Viola Davis, choca-nos com o seu sentido pragmático, em tempos difíceis para a comunidade negra, a anos-luz de Obama.

A ver por quem aprecia representação pura (ou por maluquinhos dos Óscares :)

Quanto à dúvida... cada um sabe de si.

Não há resposta certa nem regra fixa para tomar decisões, como se pode ver pelas citações acima.

Cabe-nos seguir o nosso coração. A resposta está sempre aí.