1999 - O monstro precisa de amigos

As coisas têm o seu timing.
Não vale a pena forçar quando não é o momento certo.
Aconteceu também com o "Cem anos de solidão" do Gabo, que no primeiro ano de faculdade comecei a ler por insistência de uma amiga, mas fiquei a meio e não consegui terminar. E senti-me frustada por não ser capaz de ler um livro que reconhecia ser bom, mas que não conseguia comunicar comigo.
Fiz as pazes com o Gabo 7 anos depois, através do "Amor nos tempos de cólera", sem dúvida melhor que o outro.

Ornatos Violeta.
Também não conseguiram chegar até mim na altura do boom, e não foi por falta de massacre das minhas amigas fãs de coração da banda (capazes de viver aventuras estilo "Surving Cartaxo!" para os ver ao vivo).
Tenho este CD, oferta delas, derradeira tentativa de me converter à sua religião.
Mas não era a altura certa. Quando seria, e se alguma vez o seria, não o sabia.

É agora.

fonte: Google

Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim
Pelo que eu já tentei
Eu não vou vê-lo em mim
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido
Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce,
Pra nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura.